Dom Mário Teixeira Gurgel assumiu a caminhada da Diocese a partir de maio de 1971. Com ele, foi elaborado o Primeiro Plano de Pastoral Diocesano, que teve como prioridades: a unidade, a promoção, a catequese e a juventude. Estabeleceu-se um clima de unidade e de forte empenho pelas pastorais, priorizando a catequese.
Foram criados: o COPAI (Coordenação de Pastoral de Itabira), os Vicariatos Episcopais e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos. Aconteceu a nomeação do padre Lelis Lara como bispo auxiliar; a elevação da Matriz São Sebastião, em Coronel Fabriciano, a Co-Catedral de São Sebastião; foi firmado compromisso com a Igreja-irmã do Alto Solimões. O Conselho de Pastoral Diocesano foi criado, com preocupação focada na Pastoral de Conjunto, exigindo unidade e pluralismo e fortalecimento da liturgia. Para manter a unidade litúrgica, criou-se o Boletim Litúrgico. Para o atendimento pastoral foram fundados o Centro Pastoral e a Gráfica Diocesana, em Itabira.
Dom Mário muito se empenhou no desenvolvimento do espírito comunitário, para estreitar a unidade. Realizou notáveis projetos promocionais de cunho social e espiritual: Movimento de Cursilho da Cristandade; organização da Comissão para a Construção da Catedral Diocesana de Itabira; a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Itabira (APMII); construção do Centro Comunitário do bairro João XXIII, em Itabira e outros; recebimento de medicamentos da “Salvatorian Mission”, da “Miserior” da Alemanha; contribuição para a distribuição da Merendinha Irmã Clara, no bairro da pedreira a criação do Instituto e Fazenda da Bethânia em Itabira; construção e reconstrução de casas em vários bairros de Itabira, em forma de mutirão.
Dom Mário também fez várias viagens ao exterior: algumas para pleitear recursos necessários para o trabalho pastoral da Diocese, (75% desse trabalho foram sustentados por ajuda externa); outras vezes, para atender a compromissos internacionais já assumidos, ou por convites de sua própria Congregação Sociedade do Divino Salvador (Salvatorianos). Enquanto preparava suas palestras, ele dizia que ria, que uma das coisas mais difíceis era escolher as piadas com que ilustrava suas falas, “pois alemão custa a entender piadas, e só vai rir muito depois, quando já passou da hora…”.
Com muito empenho, abraçou o projeto Igreja-Irmã, proposto em uma das Assembleias Gerias da CNBB. Dom Adalberto Marzi, prelado do Alto Solimões, pediu para Dom Mário: “o senhor não quer me adotar?” E assim aconteceu. Por duas vezes, Dom Mário visitou a Igreja-irmã do Alto Solimões, para qual conseguiu um sistema de rádio comunicação com recursos obtidos na Alemanha. Para fortalecer o diminuto clero da região, ficou responsável pela formação de dois seminaristas acolhidos no nosso Seminário Diocesano, em Belo Horizonte, pelo o Frater Henrique. Além disso, no mês das missões, recebeu visita de representantes da Igreja Irmã, que percorria nossa Diocese, divulgando o trabalho missionário e angariando recursos – tão poucos, face às enormes necessidades daquela Igreja Particular.
Em sua residência, aberta a todos, Dom Mário deu vários atendimentos espiritual e material e ainda criou uma “Comunidade Doméstica Multinacional”, a mais forte e duradoura delas, atendeu a um belga, recebeu um padre missionário (Pe. Rafael, CICM); um holandês (Ir. Leonis), uma espanhola (Ir. Camen) e uma brasileira (Ir. Thereza Latgé). Em épocas diversas também foram hóspedes da residência episcopal: Frei Vital, Pe. Carlos Jorge, Pe. Antônio Carvalho, Ir. Maria Odete, Ir. Fonsequinha e muitos outros…
Gradualmente, passaram a ficar mais claros os critérios da Ação Pastoral, bem como a criação ou o fortalecimento de estruturas e instrumentos da ação pastoral: a descentralização, com a criação dos Vicariatos; as assembleias bem preparadas com participação regional; a organização de equipe de Coordenação Pastoral de Itabira (COPAI); a criação do Conselho Pastoral Diocesano (CPD); a Pastoral de Conjunto (unidade e pluralismo); um levantamento sócio político econômico da realidade; a elaboração do Plano Pastoral; criação de um Boletim Informativo/Formativo para ajudar no crescimento da consciência diocesana e obtenção de recursos financeiros para sustentação da Pastoral. Nesse período, nasceu o Plano de Pastoral. Numa perspectiva de Pastoral de Conjunto, o plano teve como objetivo: incentivar e animar os grupos de base, para uma participação mais comprometida em suas ações pastorais.
Em sintonia com as Diretrizes elaboradas e aprovadas pelos Bispos do Leste II, o Plano de Pastoral passou por uma adequação à chamada Pastoral Orgânica, que foi direcionado em três linhas para a ação evangelizadora:
a) Evangelização e Promoção;
b) Catequese e Liturgia;
c) Unidade e Ecumenismo.
O grande desafio desse momento foi o jeito de viabilizar o plano e assumir a dimensão libertadora de Jesus Cristo.
A realização de uma Assembleia Pastoral sempre renova o espírito de organização, a partir das avaliações e sugestões, vindas de todas as partes deste chão. Cada Assembleia tem sua característica própria, com temas sugestivos para uma boa reflexão. Consequentemente traz contribuições para a caminhada, revigorando sempre o compromisso de partilha e ações pastorais, tanto no que se refere à estruturação, como no desempenho das atividades. Muitas das vezes as prioridades são apenas renovadas, o que indica que o tempo não se esgota em período…
Na Assembleia de 1973 apareceu o pluralismo e os contrastes existentes na Diocese:
• Assumir sempre mais a realidade humana;
• Suscitar comunidades de base abertas e conscientes;
• Suscitar novos ministros;
• Dinamizar a participação e corresponsabilidade do Povo de Deus;
• Promover a unidade na pluralidade;
• Organizar o Conselho Pastoral Diocesano;
• Transformar os Zonais em Vicariatos Episcopais;
• Conscientizar o povo quanto ao dízimo;
• Suscitar a consciência de Igreja Povo de Deus.
E assim com muita alegria, entusiasmo, força e fé, Dom Mário Teixeira Gurgel no período de 1971 a 1996, buscou novos rumos para o nosso povo e Diocese.