As pragas do Egito, foram dez calamidades que, de acordo com o livro do Êxodo 8 ss, o Deus de Israel infligiu ao Egito para convencer o faraó a libertar os hebreus, maltratados pela escravidão. Apenas depois da décima praga o Faraó permitiu o êxodo dos hebreus para Canaã, sua terra de origem.
A CAUSA DAS PRAGAS
Há quem explique causa das pragas como catástrofes ecológicas, motivadas principalmente pela explosão do vulcão na ilha grega de Santorini.
Tudo o que Deus fez é bom – Gênesis 1. 31.
Quando algum elo da natureza é quebrado ou extinto, certamente acontecerá posteriormente algum desequilíbrio na natureza: Se acabarmos com as abelhas e com as borboletas, muitas plantas não serão mais fecundadas e serão extintas. Se matarmos todas as cobras, sem dúvida acontecerá uma superpopulação de ratos. Excesso de poluição no ar, na água ou no subsolo certamente irá produzir mais moscas, doenças e deterioração da vida no planeta.
Os hebreus interpretaram as pragas como para provar o poder de Deus e desmentir a força dos falsos deuses dos egípcios, invalidando-os. Cada uma das dez pragas foi interpretada como para anular a fé em algum falso deus específico. As pragas foram vistas como um grande desmentido dessas falsas divindades associadas ao rio Nilo, fertilidade e fenômenos naturais.
No livro do Êxodo 12,12, acontecendo as pragas, os deuses do Egito foram “desmascarados” até à décima e última praga: “Naquela mesma noite Eu passarei pela terra do Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei Juízo sobre todos os deuses do Egito”. Neste ponto o Faraó deixa os hebreus partirem com Moisés rumo à Terra Prometida.
AS DEZ PRAGAS: PARA DESMENTIR OS FALSOS DEUSES
Cada praga tem a finalidade de mostrar a ineficiência de alguma crença nalgum deus dos egípcios:
A EXEGESE BÍBLICA
Nós lemos as Sagradas Escrituras, para assimilar e viver as mensagens de Deus que fez Aliança de proteção ao povo escolhido do qual deveria nascer o Redentor, o Messias, predito pelos profetas.
Ler a Bíblia ao pé da letra é não entendê-la e desvirtuar a verdadeira mensagem que Deus quer nos transmitir.
A exegese bíblica nos ajuda a ler a bíblia, tirando dela o que o autor sagrado queria transmitir. Leva-nos a ver dentro das histórias narradas a predileção de Deus pelo povo hebreu, lembrando-nos que a Bíblia não foi escrita por brasileiros, há milhares de anos, numa linguagem oriental. Não podemos ficar somente nas histórias, mas buscar a teologia e a catequese de um Deus que nos ama tanto que tem até ciúme do povo que Ele escolheu por sua herança – Êxodo 20,4.
A exegese bíblica leva-nos ao autor sagrado, que teve um pretexto, inspiração divina, dentro de uma cultura oriental, de uma cosmovisão própria, de uma teologia profunda de fé e de um povo que, mesmo pecando, preservou a memória da Aliança de Javé em seu favor. Esse povo viveu sua história e sentiu sempre a presença divina em sua caminhada.
A INTERPRETAÇÃO PRIMEIRA
Até hoje, quando aparece algum fenômeno complicado como o Corona Vírus, a Praga dos gafanhotos ou alguma doença desconhecida, em geral, a primeira explicação dada pelo povo é religiosa. A explicação do povo é que Deus está castigando a humanidade, mandando-nos uma praga, vírus, um castigo, um aviso de Deus, quando não afirmam que “Jesus está voltando”.
Na verdade, o Deus de Jesus Cristo não castiga, é fiel à Aliança feita com os Patriarcas, Profetas e com o Mesmo Jesus Cristo. Deus não intervém mandando açoites em nenhum de nós. Mas… a simplicidade do povo “joga a culpa em Deus”, quando a explicação é bem outra.
Além disso, muitos querem ser mais que Deus. A “praga” do Vírus nasceu ou foi produzido na China. Ou por descuido ou por outras intenções maléficas, ele vazou para o mundo todo. Então, desobedeceram a Lei do Amor de Deus.
Deus não tem culpa!!! Deus nos ama.
Deus nunca mandaria praga nem vírus para avisar algo ou para nos castigar!
Pe. Geraldo Ildeo Franco – junho 2020
Foto: Quadro “A Sétima Praga”, de John Martin