Na próxima sexta-feira, dia 16 de junho, junto com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a dedicar nossas orações pela santificação do clero. .
Esta data, instituída por São João Paulo II, é um momento em que a Igreja se une para rezar pelo clero para que, assim como dizia São João Paulo II: “a fim de que sejam ministros de santidade para os homens e mulheres confiados ao serviço pastoral”, tendo em vista “conformarem-se cada vez mais plenamente com o coração do Bom Pastor”.
“O sacerdote é o amor do coração de Jesus”, já nos ensinava São João Maria Vianney. É amor do coração de Jesus, não porque seja, por si mesmo, alguém mais nobre e elevado que os outros, mas porque pelo ministério recebido da Igreja torna-se um singular e insubstituível sinal da presença de Cristo-Cabeça no mundo; “tomado do meio do povo e o representando nas suas relações com Deus” (Hb 5,1).
Agindo em nome e na pessoa do próprio Deus encarnado, o sacerdote exerce o múnus de ensinar a sã doutrina da salvação, de santificar os membros da Igreja mediante a celebração dos sacramentos e de pastorear as ovelhas de Cristo, o Bom Pastor, para as veredas eternas.
Os ministros ordenados da Igreja, sobretudo os sacerdotes – bispos e presbíteros – são convocados por Deus a ser profetas do seu Reino, anunciando com fidelidade e ardor o Evangelho de Cristo e denunciando qualquer manifestação de anti-cristianismo no mundo. A Boa Nova a ser pregada é sempre a de Cristo! Toda e qualquer outra proposta que não seja a de Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador, torna-se vazia e ineficaz para a salvação dos fiéis. A doutrina que ensinamos não pode ser fruto de elaborações meramente humanas, mas deve sempre ser a reprodução fiel da Revelação de Deus à humanidade. “Guarda o bem que te foi confiado, evita os discursos fúteis e ímpios, bem como as objeções de uma falsa ciência. Foi por ter abraçado falsas ciências que alguns se desviaram da fé” (1Tm 6,20)
Os sacerdotes possuem o ministério sagrado de santificar os fiéis católicos pela celebração dos sacramentos da Nova Aliança. Pelo batismo nascem os novos filhos de Deus, gerados no útero da Mãe Igreja pela pia batismal, são regenerados para uma vida nova em Cristo e no Espírito Santo; confirmados pelo sacramento da Crisma, tornam-se apóstolos de Jesus Cristo, maduros na fé para a vivência consciente do Evangelho e para ser seus anunciadores; pela Confissão sacramental os homens e as mulheres são reconciliados com Deus, saindo da morte gerada pelo pecado e voltando à vida na graça santificante; por fim, pela participação no Sacrifício Redentor de Cristo, tornado presente em cada Missa que é celebrada, podemos gozar dos benefícios da Cruz de Cristo e receber em comunhão o seu Corpo e o seu Sangue que nos são dados em alimento.
Os sacerdotes são chamados a ser a manifestação visível de Jesus Bom Pastor no coração da Igreja, mas não somente da Igreja, também no mundo inteiro, afinal, é o Bom Pastor que nos ensina: “Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16).
Sendo sinais do pastoreio de Cristo, nossos sacerdotes devem cuidar das ovelhas com amor, misericórdia e devoção, lembrando que as ovelhas não são suas, mas de Jesus. Cuidar das ovelhas sadias para que mantenham sua integridade e dar atenção especial às mais necessitadas e fragilizadas é um dever de caridade. As campinas verdejantes são a meta do pastoreio; a missão do pastor é de dar a vida para que cada uma das ovelhas chegue à essa meta, na alegria eterna da glória de Deus.
Podemos destacar, motivados pelo Coração de Jesus: a centralidade da oração; a redescoberta do valor da diocesaneidade, reencontrando a beleza da fraternidade presbiteral junto ao nosso bispo; a redescoberta da essência de nossa identidade presbiteral e o sentido da vivência do nosso ministério a serviço do povo de Deus.
Celebrar a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, é celebrar o amor misericordioso e compassivo que Deus tem por cada um de nós. Um Deus que ama incondicionalmente e nos acolhe em nossas fraquezas e debilidades, cansaços e fadigas. Quando rezamos a jaculatória do seu coração compassivo o nosso desejo e meta deve ser sempre o de amar incondicionalmente, de perdoar e de acolher sempre, assemelhando o nosso coração ao Coração Sagrado de Jesus.
Rezemos, muito e com fé, pelo nosso Bispo Diocesano e por todo clero: rezemos, particularmente, pelos padres doentes e pelos que passam por tribulações. Sejamos arautos da justiça e da misericórdia e que o Sagrado Coração de Jesus nos inspire a vivermos santamente o ministério sacerdotal e a sermos o bom odor do Cristo Ressuscitado!
Rezar pelo padre da sua comunidade, da sua paróquia, é sinal de Amor para um todo, afinal “se não tivéssemos o sacramento da Ordem, não teríamos a Eucaristia. Quem o colocou no tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre!” (São João Maria Vianney).
Rezar pelo clero é ato de gratidão e de generosidade de discípulo-missionário do Sagrado Coração do Cristo!
Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em Vós!
Pe. Ueliton Neves da Silva
Assessor Diocesano de Comunicação