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21 de novembro de 2024

História da Diocese

Discurso de Dom Marcos Instalação da Diocese

CONHECENDO A DIOCESE DE ITABIRA-CORONEL FABRICIANO

A Diocese de Itabira foi criada pelo Papa Paulo VI, através da Bula Haud Inani, com território desmembrado das Arquidioceses de Mariana e Diamantina. Sua Ereção Canônica se deu no dia 14 de junho de 1965. Como sede da Diocese foi escolhida a cidade de Itabira e como Igreja Catedral a Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. A instalação canônica foi no dia 29 de dezembro do mesmo ano, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Itabira, com a presença de vários Bispos, dentre eles: Dom Oscar de Oliveira, Dom João Resende Costa, Dom José de Almeida Batista Pereira, Dom Hermínio Malzone Hugo, Dom Serafim Fernandes de Araújo, e autoridades civis como o Prefeito de Itabira, José Machado Rosa, o Prefeito de Guaxupé, Dr. Benedito Felipe da Silva, Dr. Oscar de Oliveira, Presidente da Companhia Vale do Rio Doce, demais membros do clero e inúmeros fiéis.

O ato de instalação foi presidido pelo Núncio Apostólico Dom Sebastião Baggio, e na oportunidade foram lidos os seguintes documentos: Bula Pontifícia Haud Inani, com a qual o Santo Padre Paulo VI erigiu a nova Diocese e o Decreto de Execução da mencionada Bula, assinado pelo Núncio Apostólico. No ato da instalação, o Núncio Apostólico empossou o primeiro Bispo da nova Diocese, Dom Marcos Antônio Noronha.

Dom Sebastião Baggio agradeceu a manifestação de estima e carinho e disse que se sentia feliz por está em Itabira, para a instalação da nova Diocese e posse do seu primeiro Bispo. Pediu ao clero e aos fiéis da nova Diocese para que pudessem sempre estar em sintonia com o Romano Pontífice. Após a posse canônica, Dom Marcos Antônio Noronha presidiu a sua primeira missa como Bispo diocesano. Assim disse o novo pastor: “Começa a existir a Diocese de Itabira, uma família nova. Nossa missão será baseada no Evangelho e na Eucaristia, onde o povo deverá encontrar a fonte de uma autêntica renovação, segundo o espírito do Concílio Ecumênico”. Dom Marcos Noronha destacou ainda que o desafio era organizar a Diocese gestada no Concílio Vaticano II.

A Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, que teve sua construção concluída em 1848 e elevada a Catedral Diocesana em 1965, na madrugada do dia 09 de novembro de 1970, devido às fortes chuvas, desabou. Teto e partes das paredes ruíram e vieram ao chão. Tamanha foi a tristeza de todos ao tomarem conhecimento do ocorrido. Nessa mesma época ocorreu a renúncia de Dom Marcos Antônio Noronha ao governo da Diocese.

Alguns anos depois, a comunidade se uniu para construir a nova Catedral. Esta teve o início de sua construção no ano de 1976. Na ocasião foi organizado um mutirão para preparar os alicerces. Aos poucos a nova igreja foi tomando forma, as paredes se erguendo aos poucos, graças ao empenho de muitos.

Ousado para a época e completamente diferente da arquitetura da igreja que caiu, o projeto arquitetônico foi feito pelo arquiteto Fernando Lino da Rocha que buscou traduzir, num estilo harmônico, nossa história. As paredes circulares recordam o esforço de crescermos juntos como Igreja, o forro de madeira, feito de ripas, põe em destaque o Altar, mostrando que a comunidade se constrói em torno da Eucaristia; os tijolos de barro evocam o barro de nossas origens. Todo o conjunto arquitetônico representa uma história que continua e não que foi rompida, daí sua forma circular.

A consagração da nova igreja, a Catedral, foi realizada no dia 29 de dezembro de 1985. Esta foi erguida no mesmo lugar da anterior. A celebração eucarística foi presidida pelo Núncio Apostólico Dom Carlo Furno. Concelebraram: Dom Mário Teixeira Gurgel, Bispo diocesano e Dom Lélis Lara, Bispo auxiliar; Dom Oscar Oliveira, Arcebispo de Mariana; Dom Geraldo Reis, Arcebispo de Diamantina; Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo de Belo Horizonte; Dom Silvestre Scandian, Arcebispo de Vitória; Dom Vital Wilderink, Bispo de Itaguaí; Dom Francisco Barroso, Bispo de Oliveira; Dom José Heleno, Bispo de Governador Valares; Dom Hélio Gonçalves Heleno, Bispo de Caratinga; Dom José Lima, Bispo de Sete Lagoas; Dom Luiz Mancilha Vilena, Bispo eleito de Cachoeiro do Itapemirim, e muitos presbíteros da Diocese e vários outros das Dioceses vizinhas.

Com a renúncia de Dom Marcos Antônio Noronha ao pastoreio da Diocese de Itabira, Dom Mário Teixeira Gurgel assumiu o governo da Diocese. Sua posse se deu no dia 18 de junho de 1971. Com ele foi elaborado o primeiro Plano Diocesano de Pastoral. Vendo a diversidade da Diocese, solicitou um Bispo auxiliar e o Pe. Lélis Lara, missionário redentorista que residia em Coronel Fabriciano, em 1976, foi nomeado para esta missão. Em 15 de abril de 1979, Dom Mário solicitou uma Cosede para a Diocese e em junho deste mesmo ano a solicitação foi aceita. O Núncio Apostólico do Brasil, com o Decreto 400/79 de 11 de junho de 1979 elevou a Igreja São Sebastião, em Coronel Fabriciano, à dignidade de Co-Catedral da Diocese. Assim sendo, a Diocese passou a ser denominada Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano.

No dia 16 de setembro de 1979, em solene celebração eucarística na Igreja São Sebastião, em Coronel Fabriciano, realizou-se a instalação canônica da Co-Catedral Diocesana. No início da cerimônia de instalação Dom Mário Gurgel, Bispo diocesano, cumprimentou e acolheu todos os presentes, de modo especial, Dom Oscar de Oliveira, Arcebispo de Mariana e executor do Decreto. A Missa foi presidida por Dom Oscar, concelebrada por Dom Mário Teixeira Gurgel, Dom Lélis Lara e pelos padres da Diocese. Após a proclamação do Evangelho foi lido o Decreto da Sagrada Congregação dos Bispos para o conhecimento público e procedeu a instalação da Igreja São Sebastião como Cosede da Diocese conforme as normas de direito e declarou executado o Decreto.

Preocupado com a formação do clero diocesano quanto aos aspectos da formação afetiva, espiritual, intelectual, disciplinar e pastoral, nas etapas que acompanham o período de formação desde o discernimento vocacional passando pelo Propedêutico, Filosofia e Teologia, em dezembro de 1978, Dom Mário Teixeira Gurgel criou o Seminário Diocesano que, inicialmente, ficou sob a responsabilidade dos Fráteres da Mãe da Misericórdia, na pessoa do Frei Henrique Cristiano, em Belo Horizonte. Em 1987 o seminário foi instalado em João Monlevade, no bairro Vila Tanque, tendo o Pe. José Miranda como reitor. Em meados dos anos 90 foi criado o Seminário Propedêutico que inicialmente se instalou em Itabira, mas que em 2001 foi transferido para João Monlevade. Neste mesmo ano também o Seminário de Teologia retornou para Itabira, tendo o Pe. Nelito Nonato Dornelas como reitor. Em 2002 o Seminário de Filosofia foi transferido de João Monlevade para Coronel Fabriciano devido a oportunidade de estudos na Unileste, e o Seminário de Teologia foi transferido para Belo Horizonte. Em 2008 uma nova casa foi construída e passou a ser a residência dos seminaristas do curso de Teologia. Em 2011 o Seminário de Filosofia foi transferido para Belo Horizonte, na mesma casa da Teologia e passou a ser denominado Seminário Filosófico e Teológico São José. O Seminário Propedêutico Cura D’Ars continua em Itabira, junto à casa paroquial da Catedral Diocesana.

Com a renúncia de Dom Mário Teixeira Gurgel, assumiu o governo da Diocese Dom Lélis Lara, até então Bispo auxiliar. Sua nomeação se deu no dia 06 de dezembro de 1995 e sua posse no dia 22 de maio de 1996. Sucedeu o pastoreio de Dom Lara, no dia 30 de março de 2003, Dom Odilon Guimarães Moreira. Assim como os Bispos anteriores, uma das preocupações de Dom Odilon foi com a unidade diocesana, em todos os seus aspectos. Enfatizou que nossa Igreja deve ser sempre evangelizadora, serviçal e missionária. Sempre teve um enorme carinho e zelo para com os vocacionados e seminaristas.

Um dos fatos marcantes na nossa Diocese foi o acolhimento do 11º Intereclesial das CEBs, realizado em Ipatinga, entre os dias 19 e 23 de julho do ano de 2005, em busca de caminhar alicerçados na espiritualidade libertadora vivida com mais profundidade a partir da experiência. O tema abordado foi “CEBs, Espiritualidade Libertadora” e o lema “Seguir Jesus no compromisso com os excluídos”.

Para valorizar, ao máximo, a riqueza da experiência trazida pelas pessoas, estas foram organizadas em seis blocos chamados de “locomotivas”, subdivididas em vagões que aprofundaram o tema da exclusão, relacionando as CEBs com a espiritualidade libertadora, com a dignidade humana e promoção da cidadania, com a formação de novos sujeitos capazes de contribuir para a construção de um outro mundo, com a Via Campesina, tendo presente a ecologia, a questão do uso da terra e da água no campo e nas cidades, a reforma agrária e, finalmente, com a educação libertadora.

Atento às necessidades pastorais de nossa Diocese, Dom Odilon instituiu em 2012 a Escola Diaconal, tendo a sede em João Monlevade. O Decreto de instituição da Escola Diaconal Beato João Paulo II foi dado no dia 22 de fevereiro, na festa litúrgica da Cátedra de São Pedro e sua inauguração foi no dia 25 desse mesmo mês, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, situada no bairro Vila Tanque, no município de João Monlevade-MG.

Aos 21 de fevereiro de 2013, Dom Odilon Guimarães Moreira renunciou ao governo da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano. No mesmo dia da renúncia de Dom Odilon foi nomeado pelo Papa Bento XVI o Pe. Marco Aurélio Gubiotti, do clero da Arquidiocese de Pouso Alegre, como quinto Bispo diocesano. A nomeação do novo Bispo se deu na mesma semana da renúncia do Papa Bento XVI como Pontífice da Igreja. A ordenação episcopal do Monsenhor Marco Aurélio aconteceu no dia 26 de maio do mesmo ano, em Ouro Fino, Minas Gerais, e sua posse canônica foi na festa dos 48 anos da Diocese, no dia 16 de junho de 2013. O rito de posse foi presidido por Dom Geraldo Lírio Rocha, até então Arcebispo da Arquidiocese de Mariana (sede da Província Eclesiástica), na Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário, em Itabira, e a santa missa foi presidida pelo novo Bispo, Dom Marco Aurélio Gubiotti, no Parque de Exposições, na presença de um número expressivo de fiéis de todas as paróquias, vários padres, Bispos, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, além de autoridades civis.

Com a canonização do Beato João Paulo II, em 27 de abril de 2014, Dom Marco Aurélio Gubiotti emitiu um novo Decreto no dia 22 de fevereiro de 2016, alterando o nome da Escola Diaconal para Escola Diaconal São João Paulo II.

O ano de 2015 foi o ano Jubilar Diocesano e a festa dos 50 anos de criação da Diocese de Itabira, celebramos no dia 14 de junho. A festa que foi celebrada no Parque de Exposição em Itabira, contou com uma participação bastante expressiva dos leigos de todas as paróquias que lotaram o espaço preparado para a comemoração. Marcaram presença, além dos Bispos eméritos: Dom Lélis Lara e Dom Odilon Guimarães Moreira, membros do clero diocesano, Bispos, Padres e Diáconos vindos de várias Dioceses. Uma presença muito significante foi a de Dom Serafim Fernandes de Araújo, que esteve presente na cerimônia de instalação da Diocese e posse do primeiro Bispo, Dom Marcos A. Noronha, quando ainda era Arcebispo de Belo Horizonte, e também participou da missa de Consagração da nova Catedral, em 1985. A missa foi presidida por Dom Marco Aurélio, novo Bispo diocesano. No ano jubilar, um marco para a Diocese foi a ordenação diaconal e presbiteral de Anderson Ferreira Teixeira, Edson Vander Fernandes Gonçalves e Ueliton Neves da Silva.

No dia 06 de agosto de 2016, no Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, pela imposição das mãos de Dom Marco Aurélio Gubiotti, foi realizada a ordenação dos 16 primeiros diáconos permanentes. A cerimônia aconteceu na Co-catedral São Sebastião, em Coronel Fabriciano.

No dia 11 de junho de 2017, em missa presidida por Dom Marco Aurélio, na Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário, em Itabira, aconteceu o lançamento do Brasão de Armas da Diocese. Pe. Ueliton Neves da Silva, Assessor Diocesano de Comunicação, fez o lançamento e apresentação da Carta de Armas.

No dia 01 de junho de 2019, Domingo da Ascensão do Senhor, na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Itabira, aconteceu a 4ª Romaria das Águas e da Terra. Um dia que jamais se apagará da memória e do coração, sobretudo dos milhares de romeiros e romeiras que percorreram longas distâncias para estarem presentes nessa grande romaria.

A 4ª edição da romaria foi uma caminhada de profetismo e esperança, recordou a dor de todos os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015, e também o crime que vitimou mais trezentas pessoas em Brumadinho. Algumas pessoas que viveram essas tragédias participaram da romaria, deram seus depoimentos e uniram-se às vozes de tantos outros, aterrorizados pela possibilidade de novos desabamentos de barragens, como o povo de Barão de Cocais.

Na oportunidade, Dom Marco Aurélio fez uma prece especial e pediu por todos: “Queremos ser solidários com cada irmão e irmã que perdeu sua vida. Com cada família que chora a ausência de seu parente. Queremos lembrar daqueles que estão escritos aqui nas cruzes, mas também daqueles que estão escritos nos nossos corações. Queremos ajudar os nossos irmãos a carregarem as suas cruzes”. No local, foram fincadas na rotatória e afixadas na cerca, como memorial aos que foram vítimas, um apelo a não se repetir “Mar de lama, nunca mais”. O encerramento da romaria se deu na celebração da Eucaristia presidida por Dom Marco Aurélio, concelebrada por Dom Vicente de Paula Ferreira, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, e vários padres de diversas Dioceses.

A Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano é composta por 51 paróquias, em 24 municípios, e está organizada em três regiões pastorais. A Região Pastoral 1 composta por 14 paróquias, Região Pastoral 2 por 13 paróquias e a Região Pastoral 3 por 24 paróquias.

Uma grande riqueza para nossa Diocese é a presença dos religiosos e religiosas. Nas congregações femininas contamos com a Sociedade da Beneficência Popular, Missionárias de Nossa Senhora das Dores, Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus, Congregação Romana de São Domingos (Irmãs Dominicanas) e Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo (Carmelitas). Dentre as congregações masculinas contamos com a Sociedade Educadora São Francisco Xavier (Xaverianos), Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), Congregação do Imaculado Coração de Maria, Ordem dos Clérigos Regulares de São Caetano e a Companhia de Maria (Monfortinos).

Temos presente na nossa Diocese também as seguintes Novas Fundações: Comunidade Cordeiro de Deus, Comunidade Amigos de Jesus, Comunidade Deus Existe,  Fraternidade Missão Mãe Imaculada, Comunidade Missionária Sagrado Coração de Jesus, Associação de Fiéis Padre Rufus Pereira- Fraternidade Filhos de Maria, Terapia de Oração Vida em Abundância.

Nossa Diocese que nasceu sob o signo do Concílio Vaticano II, desde então vem buscando ser fiel às decisões desse evento. Sempre animada pelo Espírito Santo tem buscado construir uma identidade missionária, dinâmica e comprometida com o Evangelho, sob o olhar amoroso da Mãe Aparecida, nossa padroeira. Com o empenho dos nossos inúmeros agentes pastorais e comunitários, em meio a tantas lutas, compomos até hoje, uma linda história missionária e evangelizadora. Inspirados por prioridades e clamores, resultado das reuniões e assembleias, temos buscado a unidade diocesana, a pastoral de conjunto e, atenta aos sinais dos tempos, buscamos ser uma Igreja profética.

Que Deus nos abençoe e nos guarde e que Nossa Senhora, a Mãe Aparecida, modelo dos servidores do Evangelho, nos ajude e nos ensine a dizer sempre sim ao chamado do Senhor.

E nossa história continua…

 

Pe. Ueliton Neves da Silva
Assessor Diocesano de Comunicação.