Certamente atraídos pelos boatos da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que em 1909 tem seu traçado mudado de Diamantina para Itabira, o povoado de Santo Antônio do Piracicaba (ou do Gambá, nome pejorativo dado pelos moradores da Barra do Calado) recebe novos moradores. Um deles é João Teixeira Benevides, que chega em 1919, vindo de Ferros. Ele traz a primeira professora da localidade, sua sobrinha Maria de Lourdes de Jesus. Também doa terrenos para a primeira escola, o primeiro cemitério e a primeira igreja católica. Em 07 de setembro de 1923, pela Lei Estadual nº 843, o povoado de Santo Antônio do Piracicaba, é elevado a distrito do município de Antônio Dias com o nome de Melo Viana.
Em 1922 foi reiniciado os trabalhos de construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas, paralisados em 1914 na localidade de Cachoeira Escura, no município de Mesquita. Esse ramal ferroviário tinha o objetivo de atingir São José da Lagoa (Nova Era), onde seus trilhos seriam ligados aos da estrada de Ferro Central do Brasil. Pouco distante pela mata a dentro, deparava-se com uma fresta aberta, início de uma povoação espécie taba: era o Patrimônio de Santo Antônio do Gambá…, hoje Melo Viana.
Em 1925, a sede que era em Melo Viana, passou para o Calado, hoje Coronel Fabriciano. O percurso Melo Viana/Calado era feito a pé, pois a condução era difícil. O Cartório de Paz do Escrivão José Zacarias Roque era em Melo Viana. Quando o escrivão residia nesta localidade, carregava pesados livros a pé ou a cavalo. Em 19 de maio de 1927 foi instalado o distrito com sede no então povoado de Santo Antônio do Piracicaba com denominação de Melo Viana, sendo Manoel Camilo da Fonseca o 1º ocupante do cargo de Juiz de Paz, servindo como escrivão João Batista.
Poderia tratar-se de uma lenda, não fossem os registros históricos de que o antigo Calado, até 1930, era o lugarejo de pavor, tanto pelo índice de criminalidade e barbarismo, como pelas epidemias rurais que dizimavam famílias. Conta-se que o primeiro benfeitor, João Teixeira Benevides, foi a pessoa que se lembrou de dar ao local o nome de “Calado”. Descendentes de Cirineu Teixeira Benevides, um dos oito filhos de João Teixeira, relatam que o costume reinante na época era o de que os crimes que ocorriam não podiam render comentários.
Em 1921, João Teixeira Benevides comprou a fazenda “Pau Gigante do Callado Grande”, em cujas terras ficam hoje parte do Horto Cascudo e os bairros Alipinho, Planalto, Surinam, São Geraldo, Santo Antônio e Tranquilão, até a divisa com o bairro Manoel Maia. Um de seus filhos, José Teixeira Benevides, foi nomeado subdelegado do distrito de Melo Viana, jurisdicionado à Comarca de Antônio Dias. José Teixeira substituiu o primeiro delegado Durval de Mattos, que pediu exoneração do cardo em outubro de 1929.
A primeira escola do distrito foi fundada por João Teixeira Benevides, onde hoje está situada a Rua Viçosa, esquina com a Avenida Geraldo Inácio. Ele trouxe de Ferros sua sobrinha recém-formada, Maria de Lourdes de Jesus, que foi a primeira professora a lecionar em sua época.
A área onde se construiu a igreja da paróquia de Santo Antônio foi doada por João Teixeira, que providenciou em anexo um local para instalação do cemitério. Mais tarde, ele doou outro terreno para construção de outro cemitério, onde se localiza hoje a Praça da Bíblia, em Melo Viana.
Criado pelo padre Américo Magalhães em 1956, o União Esporte Clube é o embrião do futuro Avante Esporte Clube, que passa a ter esse nome a partir de 1958. Nas duas décadas seguintes, o time terá grandes equipes, formadas por jogadores de alto nível técnico.