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25 de abril de 2024

Dom Marco Aurélio Gubiotti “Pela Graça de Deus” (1 Cor 15,10)
Nasceu no dia 21 de outubro de 1963, em OuroFino/MG, filho de Benedito Gubiotti e Natalina Gubiott.

Cursou filosofia no Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, e a teologia no Instituto Teológico SCJ, em Taubaté (SP).

Exerceu o ministério sagrado nas paróquias:
São Caetano em Brasópolis;
Santo Antônio em Jacutinga; Nossa Senhora Aparecida em Tocos do Moji;
São Sebastião em São Sebastião da Bela Vista e Nossa Senhora de Fátima em Santa Rita do Sapucaí.

Vocação: dom e resposta

05 de agosto de 2020 Palavra do Bispo

“A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3)”.
(Doc. Aparecida, 136).

Queridos irmãos e irmãs, diletos diocesanos,

Ao começar o mês de agosto, mês dedicado às vocações, somos chamados primeiramente a renovar a nossa consciência de que fomos chamados. O fato de termos sido agraciados por Deus indica que a nossa vida deve ser vivida na lógica do dom e não dos próprios méritos. É precisamente assim que a vida e a vocação de cada pessoa se realizam, quando compreendemos que é próprio da nossa vocação à vida, à filiação divina e em qualquer estado de vida, a entrega total e gratuita. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Somente através do diálogo com o Senhor, conseguiremos ver a beleza de uma vida que vale a pena ser doada.

Uma das mais belas realidades da nossa vida é o chamado de Deus, a vocação, com os sinais oferecidos pelo Senhor a toda a Igreja e a cada um dos fiéis, com o qual todos podem descobrir seu caminho de disponibilidade e serviço a Deus e ao próximo. Certeza primeira é que existe um olhar de Deus dirigido a cada pessoa, e não há um cristão sequer sem uma vocação específica. O primeiro chamado é à participação na vida divina, na qual se encontra também a plenitude da nossa natureza humana. Como o primeiro chamado de Deus é à vida, o segundo é à santidade. Em Cristo, “Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor. Conforme o desígnio benevolente de sua vontade, ele nos predestinou à adoção como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, com que nos agraciou no seu bem-amado” (Ef 1,4-6).

“Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna” (Mt 19, 29). O Papa Francisco nos diz: “Tudo isto tem a sua raiz mais profunda no amor. De fato, a vocação cristã é, antes de mais nada, um chamado de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si. Esta dinâmica do êxodo diz respeito não só à pessoa chamada, mas também à toda atividade evangelizadora, e ao ser cristão no mundo. A atitude de saída, estar sempre ‘fora de si’, ou seja, não preocupado consigo mesmo, faz com que a vida se alarga para além dos horizontes dos próprios desejos e ideias pessoais, da própria estrutura e ir ao encontro daqueles que mais precisam e compadecer-se de suas feridas”. (Mensagem para o dia mundial das vocações do ano de 2015)

Chamados à existência e à santidade, podemos falar de vocações genuínas específicas. Cada vocação específica implica em si um modo especial de falar e se relacionar com Deus, por isso, cada uma delas, exige do cristão o seu ministério profético, porquanto, o seu ministério de ser um “porta-voz de Deus”.

A vocação ao ministério ordenado, para aqueles que são chamados ao sacramento da Ordem: diáconos, padres e bispos. Homens chamados a configurar-se a Cristo servo, pastor e guia da Igreja. Com o dia dos pais celebramos a vocação familiar, homens e mulheres chamados ao sacramento do Matrimônio, com a sua missão específica de formarem uma só carne, e colaborarem com o Senhor no seu projeto criador, dando a vida e educando os novos filhos e filhas de Deus. A vocação religiosa consagrada, de homens e mulheres que, pela consagração total a Deus através da vivência radical dos conselhos evangélicos, pobreza, obediência e castidade, se dedicam ao serviço dos irmãos e irmãs em um carisma específico. Celebramos ainda a vocação laical. No batismo somos ungidos e enviados para uma missão toda especial. E por isso, tantos homens e mulheres vivem e testemunham a sua fé na sociedade, nos ambientes de trabalho, na sua profissão e missão. Estes leigos e leigas também atuam na própria missão evangelizadora da Igreja, através de tantos ministérios, serviços e carismas presentes na Igreja.

Toda vocação é dom de Deus, que constitui certamente um grande bem para aquele que é o seu primeiro destinatário. Com toda a Igreja, nós cremos que Deus distribui seus dons e continua a chamar operários para a sua vinha. Embora, conscientes dos desafios de cada chamado, nos alegramos na esperança de que podemos ajudar nossa comunidade cristã diante do nosso sim generoso e da fidelidade aos propósitos de Deus para cada um de nós. A resposta ao chamado do Senhor vem sempre de um coração acolhedor e do silêncio da escolha que se constrói a cada momento.

A Virgem Maria, modelo de toda vocação, não teve medo de pronunciar o seu ‘sim’ ao chamado do Senhor. Ela nos acompanha e nos guia. A ela nos dirigimos pedindo para estarmos plenamente disponíveis ao desígnio que Deus tem para cada um de nós; para crescer em nós o desejo de sair e caminhar, com solicitude, ao encontro dos outros (cf. Lc 1, 39).

Continuemos a rezar pelas vocações, acolhendo o que o Senhor disse: “Pedi ao dono da messe que envie operários à sua messe” (Lc 10,2).

Que a Virgem Mãe, a Senhora Aparecida, nos proteja e interceda por todos nós.

Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)

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