Meu irmão, minha irmã, a paz do Cristo ressuscitado esteja sempre com você e com sua família.
Estamos vivenciado o Tempo Pascal, inaugurado na noite santa da Vigília Pascal. Toda a liturgia, sobretudo deste sagrado tempo litúrgico, reverbera os feitos e ensinamentos do Ressuscitado, desde o grande dia da Páscoa até que celebremos a Solenidade de Pentecostes. O Tempo Pascal deve ser vivido com os olhos da fé, com o coração repleto de esperança e com a razão que nos faz crer no invisível e na aceitação do que pode parecer impossível à inteligência humana, mas que se torna crível e possível àqueles que creem no poder salvífico do Pai.
O Tempo Pascal nos remete a viver uma transformação pessoal e comunitária. Saímos do roxo da quaresma para o branco da paz e da alegria. O Círio Pascal, que indica a Luz de Cristo, deve acender em nosso íntimo o desejo de sermos luz na vida do outro, do próximo e dos que não são tão próximos assim. A alegria do Ressuscitado nos leva a cantar em alto e bom tom, o Glória a Deus nas alturas, exaltando Aquele que morreu e ressuscitou por nós.
A Ressurreição de Jesus deve nos levar a ressuscitar com Ele, saindo da mesmice, das trevas do pecado e da indiferença, para sermos, como Ele, construtores da paz, da harmonia e da alegria. Ao aparecer aos apóstolos, Jesus se coloca no meio, no centro e deseja a paz, muito significativo esse gesto de estar no meio. Jesus é a Pedra fundamental da Igreja, o centro de tudo, é D’Ele, Ressuscitado, que brota um novo céu, uma nova terra. Ao passar pela Paixão e Morte, Jesus apaga os tempos antigos e oferece a todos, sem distinção uma vida nova, alicerçada no seu amor, na sua companhia, na sua presença na Eucaristia e na Igreja. Ele, que é Caminho, Verdade e Vida nos quer perto Dele, numa intimidade sem limites! Quem experimenta Cristo Ressuscitado compartilha essa imensa graça e aproveita a essa oportunidade, carregando a própria cruz com alegria, de difundir a paz e a fraternidade.
A Liturgia do Tempo Pascal nos leva a rezar pedindo ao Pai poder viver “com ardor estes dias de júbilo em honra do Senhor ressuscitado”, exortando-nos também a reconhecê-lo em nosso meio, superando o medo do tempo que tudo devora e as situações de precariedade e vulnerabilidade que nos prendem na solidão e no desânimo. Deste Tempo, brota uma mensagem de esperança que se destina ao tempo presente. Por isso, o período pascal é um tempo de renascimento e de comunhão fraterna. A presença do Ressuscitado em meio a seus discípulos é fonte de vida nova, vida inaugurada pela Páscoa, pela qual a eternidade flui de volta ao tempo presente, confiando-o de nova vitalidade.
A Páscoa não é simplesmente uma festa entre as outras, mas é a “festa das festas”, a “solenidade das solenidades”. Pois é neste Tempo Litúrgico, impregnado da presença do Ressuscitado, que o tempo da humanidade é envolvido com o impulso protetor, a fim de que a confiança não esmoreça, a esperança não se abale e a caridade não se renda. Na verdade, podemos caminhar pelas estradas da vida graças à esperança que nos permite manter uma postura de “ressuscitados” e olhar para o futuro com confiança. Para caminhar como peregrinos é importante sentir-se amparado pela esperança. E a esperança para nós, cristãos, tem um nome: chama-se Jesus Ressuscitado!
Deixemos que luz de Cristo penetre em nossos corações, extravase em nossos gestos e ilumine quem passar por nós. Assim, como a Virgem Maria, sejamos fieis ao Ressuscitado, confiando-nos a Ele em todas as situações. Vivamos o Tempo Pascal como quem vive o dia mais belo e a oportunidade única de sermos cristãos peregrinos de esperança.
Um feliz e abençoado Tempo Pascal para todos.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira – Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)