Meus irmãos, minhas irmãs, estamos no mês de maio, e logo no início celebramos São José Operário, castíssimo esposo da Virgem Maria, cujo todo o mês a ela é dedicado.
Ao celebrar São José, queremos homenagear os trabalhadores e as trabalhadoras e refletir sobre o sentido cristão do trabalho. A Igreja entende o trabalho humano como toda atividade física ou intelectual realizada por uma pessoa. Criado à imagem de Deus, o homem é chamado a cuidar da natureza e transformar a terra pelo trabalho de suas mãos e de sua inteligência. Desde o princípio, o homem é chamado ao trabalho. O trabalho é um direito e um dever de toda pessoa em condições de trabalhar. O direito ao trabalho faz com que a pessoa de bem se disponha a trabalhar para garantir a sobrevivência própria e de sua família com dignidade. Parabéns, trabalhadores e trabalhadoras! Vocês são os construtores do nosso País.
Todos os anos é comum em nossas comunidades eclesiais, durante o mês de maio, refletirmos sobre o papel de Maria no plano de Deus. A mensagem central do Novo Testamento é Jesus, o Cristo. Os Evangelhos recordam os principais fatos e palavras de Jesus, à luz da ressurreição do Senhor e da atuação do seu Espírito na comunidade. Maria sempre aparece nos Evangelhos em referência a Jesus e à comunidade de seus seguidores. Então, vejamos alguns traços de Maria que nos ajudam no seguimento de Jesus Cristo:
Maria é peregrina na fé. O sim, pronunciado na juventude, se renova muitas vezes no decorrer da sua vida. Ela passa por crises e situações desafiadoras, que a fazem crescer e caminhar sempre mais na adesão ao Senhor. Ela também nos recorda que Deus escolhe preferencialmente os simples e humildes para iniciar o Reino de Deus.
Maria é perseverante na fé até o fim. Maria aparece no início da missão de Jesus, em Caná (Jo 2,1-11), e faz parte do pequeno grupo que, mesmo em meio à perseguição e crucificação de Jesus, permanece fiel. Ela é corajosa discípula de Jesus.
Maria é “Discípula-Mãe”. Ela leva os servidores a realizar o que Jesus lhe diz, mas ao mesmo tempo, nos ensina atitudes de disponibilidade ao Reino de Deus e sensibilidade para com os pobres e pecadores.
Maria é a Mãe Imaculada, sem mancha e sem ruga. É a Mãe cheia de graça que sempre protege seus filhos. Somos felizes por tê-la como padroeira de nossa querida e amada Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano, venerada com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Maria é modelo de atenção, de disponibilidade e de amor a Jesus Cristo, é mãe e intercessora. Todo coração materno, à imagem do Deus amoroso, deseja o melhor para seu filho e, em razão disso, se for necessário, pede, suplica, intercede. No alto da cruz Jesus confiou à Maria a missão da maternidade universal, na pessoa do apóstolo João, com as palavras: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19,25). Tal função maternal de Maria, de modo algum obscurece ou diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, manifesta a sua eficácia, porque um só é o mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus (cf. LG 60).
Assim, os traços de Maria inspiram atitudes de vida de cada cristão e da Igreja. Sentimo-nos chamados a sermos discípulos fiéis de Jesus, ouvindo, acolhendo, guardando no coração e praticando sua Palavra. Maria é um convite a renovarmos nosso sim em meio às crises por que passamos. Ela nos ensina que um coração alimentado por Deus sabe ser agradecido por tantas dádivas que Ele dispensa em nosso meio. Um coração repleto de dons recebidos se empenha pela construção de uma sociedade justa e solidária, construindo o projeto de Deus para o mundo.
A devoção popular a Maria é um grande meio de evangelização, pois por Maria chegamos a seu filho Jesus. Nós que valorizamos muito as festas de Nossa Senhora, o terço, o ofício, as romarias e peregrinações aos Santuários Marianos, devemos aproveitar estas práticas devocionais para a purificação da nossa fé, para uma evangelização e uma catequese mais aprofundada, que nos ajudem a sermos comunidade, discípulos e discípulas de Jesus Cristo.
Uma devoção mariana que não conduz a Jesus Cristo, ao discipulado missionário, e à vida em comunidade não é autêntica. A devoção mariana deve nos levar também a termos maior apreço com a Palavra de Deus, sendo ouvintes, crentes e praticantes, dessa Palavra que é verdade, vida e salvação.
Ao celebrarmos o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no dia 12 de maio, agradeço todos os agentes da Pastoral da Comunicação de nossa querida e amada Diocese que evangelizam através das novas mídias. “Inteligência artificial e sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana” é o tema escolhido pelo Papa Francisco para a celebração deste ano.
Neste mês mariano, aproveito para parabenizar todas as mães. Que Maria, a Senhora Aparecida, estrela da evangelização, discípula missionária do Senhor, nos ajude a evangelizar com amor, ardor, alegria e misericórdia.
Com minha bênção de pai e pastor,
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira – Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)