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10 de outubro de 2024

Dom Marco Aurélio Gubiotti “Pela Graça de Deus” (1 Cor 15,10)
Nasceu no dia 21 de outubro de 1963, em OuroFino/MG, filho de Benedito Gubiotti e Natalina Gubiott.

Cursou filosofia no Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, e a teologia no Instituto Teológico SCJ, em Taubaté (SP).

Exerceu o ministério sagrado nas paróquias:
São Caetano em Brasópolis;
Santo Antônio em Jacutinga; Nossa Senhora Aparecida em Tocos do Moji;
São Sebastião em São Sebastião da Bela Vista e Nossa Senhora de Fátima em Santa Rita do Sapucaí.

Evangelizar, graça e vocação da Igreja

02 de outubro de 2024 Palavra do Bispo

O Mês de Outubro é denominado como Mês Missionário. O iniciamos com a festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeira das Missões e Doutora da Igreja que, com simplicidade, avessa a pretensões, movida por uma estupenda sabedoria e usando uma linguagem simples, tornou-se desde muito jovem um modelo autêntico de missionária do Reino de Deus. Na revelação bíblica, a missão está intimamente relacionada à história da salvação, ao desejo de Deus de ‘que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1Tm 2,4). Por isso a missão está ligada ao envio: ‘Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei’ (Mt 28,19-20).

Esse envio justifica e motiva a missão de todo o povo de Deus, cujo objetivo primordial é e sempre será o mandado missionário que Jesus deu aos apóstolos e discípulos. É um ato de obediência fundamental que a Igreja deve prestar, até o fim da história, à vontade de seu autor. Por isso a Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza missionária. ‘Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade’ (Paulo VI em Evangelii Nuntiandi 14). Eis por que a evangelização é o núcleo central da missão da Igreja. ‘A Igreja peregrina é por sua natureza missionária, visto que ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai’ (Ad Gentes, 2). E, o fim último da missão da Igreja – explica o Catecismo- ‘não é outro senão fazer os homens participarem da comunhão que existe entre o Pai e o Filho no seu Espírito de amor’ (CIC 850). O Pai enviou o Filho ao mundo para salvá-lo, e o Filho enviou a Igreja para continuar sua missão.

A Igreja é toda missionária em seus membros que agem de diversos modos, de acordo com a multiplicidade e a variedade de dons e carismas.  A missão é diária: na vivência pessoal, familiar, no âmbito profissional, diocesano e paroquial. O missionário exerce, antes de tudo, o dom da caridade, e quem assim o faz, está agindo com a Mão de Deus e sua misericórdia.  Ser missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas é a essência do “ser cristão”. “Anunciar o Evangelho é necessidade que se me impõe”. (1Cor 9,16). Que a Virgem Maria, a Senhora de Lourdes nos inspire a uma entrega sem reservas ao serviço missionário, conforme a vontade de Deus.

A missão eclesial é a de iluminar a história dos povos com a luz do evangelho a fim de que percebam que somos irmãs e irmãs, filhos do mesmo Pai que está nos céus. O trabalho missionário, inerente a todo batizado e crismado, realizado com anseio e paixão, identifica o verdadeiro seguidor de Jesus que ama o Mestre e coloca-se a seu serviço, a exemplo dos apóstolos. É esta a identidade fundamental do cristão, e a ele cabe a responsabilidade de colocar-se ao serviço do reordenamento do mundo e da história segundo o projeto do Pai.

Não basta fazer missão, é preciso “viver a missão”, cuja essência é “testemunhar Cristo, isto é, a sua vida, paixão, morte e ressurreição por amor do Pai e da humanidade”.  Apenas em Deus o ser humano compreende sua própria existência, restaurada pela morte e ressurreição do Senhor. É esta a missão da Igreja: contagiar de esperança todos os povos. Por isso, Cristo chama, justifica, santifica e envia os seus discípulos para anunciar o Reino de Deus, a fim de que todas as nações se tornem Povo de Deus. É somente nesta missão que se compreende e se confirma o verdadeiro caminho histórico da humanidade. A missão universal deve tornar-se uma constante fundamental na vida da Igreja. Anunciar o Evangelho deve ser para nós, como já dizia o apóstolo Paulo, um compromisso urgente e inadiável. A Igreja quer transformar o mundo com a proclamação do Evangelho.

O Senhor vem ao nosso encontro não só para dar um novo sentido à nossa vida, mas particularmente para nos ajudar a conseguir a vitória obre o pecado e sobre a morte. Ele nos convida a participar de sua ressurreição para, então, podermos contemplar o que “nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do homem o que Deus preparou para os que o amam” (1Cor 2,9). Sem esse aceno para a vida eterna mutilamos o Evangelho e empobrecemos a pessoa humana.

O Santo Padre conclui sua mensagem, cujo tema é “Ide e convidai a todos para o banquete (cf. Mt 22, 9), dizendo: “agradeço aos missionários e missionárias que, respondendo ao chamamento de Cristo, deixaram tudo e partiram para longe da sua pátria a fim de levar a Boa Nova aonde o povo ainda não a recebera ou só recentemente é que a conheceu. Irmãs e irmãos muito amados, a vossa generosa dedicação é expressão tangível do compromisso da missão ad gentes que Jesus confiou aos seus discípulos: ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’ (Mt 28, 19). E não esqueçamos que todo o cristão é chamado a tomar parte nesta missão universal com o seu testemunho evangélico em cada ambiente, para que toda a Igreja saia continuamente com o seu Senhor e Mestre rumo às ‘saídas dos caminhos’ do mundo atual. Sim, hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas da parte de dentro, para que O deixemos sair! Muitas vezes acabamos por ser uma Igreja (…) que não deixa o Senhor sair, que O retém como ‘propriedade sua’, quando o Senhor veio para a missão e quer que sejamos missionários. Oxalá todos nós, batizados, nos disponhamos a sair de novo, cada um segundo a própria condição de vida, para iniciar um novo movimento missionário, como nos alvores do cristianismo”, conclui.

O mês missionário vivido por toda a Igreja enfatiza a solidariedade e a importância de se olhar para as realidades sociais e missionárias do Brasil e do mundo. No Dia Mundial das Missões, celebrado em todas as comunidades nos dias 19 e 20 de outubro, somos chamados a um gesto concreto de solidariedade, apresentando em nossas celebrações as nossas ofertas, chamadas de coleta missionária e estas doações serão enviadas para o Fundo Mundial de Solidariedade em Roma, forma concreta da Igreja de colaborar com muitas dioceses que necessitam de recursos financeiros para seus projetos de evangelização, educação, saúde, desenvolvimento comunitário e assistência social. Sejamos generosos em nossa participação missionária através da nossa coleta solidária em nossas comunidades eclesiais.

No Ano Jubilar Diocesano, na eminência do Jubileu da Esperança, no mês em que celebramos nossa padroeira diocesana, Nossa Senhora Aparecida, invoco as bênçãos de Deus em vossas vidas e a maternal proteção da Virgem Maria. E estejamos unidos a todos que estarão reunidos neste mês na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em Roma, sobre a Sinodalidade e os acompanhemos com as nossas orações.

Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)

 

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