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04 de dezembro de 2024

Dom Marco Aurélio Gubiotti “Pela Graça de Deus” (1 Cor 15,10)
Nasceu no dia 21 de outubro de 1963, em OuroFino/MG, filho de Benedito Gubiotti e Natalina Gubiott.

Cursou filosofia no Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, e a teologia no Instituto Teológico SCJ, em Taubaté (SP).

Exerceu o ministério sagrado nas paróquias:
São Caetano em Brasópolis;
Santo Antônio em Jacutinga; Nossa Senhora Aparecida em Tocos do Moji;
São Sebastião em São Sebastião da Bela Vista e Nossa Senhora de Fátima em Santa Rita do Sapucaí.

Caminhando para a Páscoa

01 de fevereiro de 2021 Palavra do Bispo

Queridos irmãos e irmãs,

Todos os anos iniciamos o Tempo da Quaresma com a celebração e imposição de cinzas em nossas cabeças. Na ocasião suplicamos a Deus que, como Pai, ouça nossas súplicas e nos dê a graça de prosseguir na observância da Quaresma, a fim de celebrarmos de coração purificado o mistério pascal de Jesus Cristo, vivendo uma vida nova, à semelhança do Cristo Ressuscitado. Desse modo, as orações de bênção das cinzas já nos indicam que celebramos a Quaresma por causa da Páscoa.

O tempo da Quaresma, bem vivido, nos prepara, catecúmenos e fiéis, para a celebração do mistério pascal: “A observância anual da Quaresma é tempo favorável pelo qual se sobe ao monte santo da Páscoa” (Cerimonial dos Bispos, n. 249). As orações desses dias nos ajudam a louvar a Deus, “Pai santo, rico em misericórdia” e bendizer o seu nome “enquanto caminhamos para a Páscoa, seguindo as pegadas de Jesus Cristo”: ele mesmo, durante a Quaresma, reabre para a Igreja “a estrada do Êxodo, para que ela humildemente tome consciência de sua vocação de povo da aliança” (Prefácio da Quaresma, V); ele é quem concede “aos cristãos esperar com alegria, cada ano, a festa da Páscoa” (Prefácio da Quaresma, I); é a ele que suplicamos a graça de que “o nosso coração corresponda” às oferendas colocadas sobre o altar da Eucaristia, “com as quais iniciamos nossa caminhada para a Páscoa” (Primeiro Domingo da Quaresma, Oração Sobre as Oferendas).

Nesses dias rezaremos a Deus para que “a penitência nos fortaleça no combate contra o espírito do mal” (Quarta-feira de Cinzas, Oração do Dia); que ele, Deus, inspire nossas ações e nos ajude a realizá-las para que nele “comece e termine tudo aquilo que fizermos” (Quinta-feira depois das Cinzas, Oração do Dia); que ele nos auxilie com sua bondade “para que vivamos interiormente as práticas externas da Quaresma” (Sexta-feira depois das Cinzas, Oração do Dia).

Neste período a Igreja nos propõe alguns exercícios quaresmais, que são: jejum, esmola e oração. O jejum é a alma da oração, e a misericórdia dá vida ao jejum. Estes três exercícios são inseparáveis. Quem pratica somente um deles ou não pratica todos simultaneamente, é como se nada fizesse. São exercícios físico-espirituais para se deixar tomar pelo seguimento de Jesus Cristo.

O jejum significa o esvaziamento. Tudo para que sejamos um só em Cristo (G1 3,28), e Cristo seja formado em nós (Gl 14,19). O jejum é receptividade da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Esta prática visa também despertar em nós a fome de Deus e a disponibilidade de saciar a fome daqueles que precisam, que vivem em meio à miséria. A esmola é a vivência da fraternidade, da partilha, da misericórdia e do cuidado. Através desta prática se encontram o amor e a misericórdia, nascendo da alegria de ter encontrado o tesouro escondido, a pérola preciosa (Mt 13,44-46). A oração é a forma mais bela de falar com Deus. Nela se estabelece um diálogo de amor de quem fala e quem escuta reciprocamente.

Estas três práticas, jejum, esmola e oração, nos despertam para a sensibilidade do tempo, que está sempre por se completar e repleto de Deus. Movimento de mudança, de transformação para atingir a plenitude da vida em Cristo. Estes exercícios quaresmais são propostos pela Igreja como caminho de conversão e de salvação.

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. Um caminho pessoal, comunitário e social que visibilize a salvação paterna de Deus. O tema da Campanha para a Quaresma de 2021 é Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor. E o lema, citando a carta de Paulo aos Efésios: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14a).

Essa será a quinta Campanha da Fraternidade Ecumênica e tem como objetivo geral “convidar as comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para superar as polarizações e as violências, através do diálogo amoroso testemunhando a unidade na diversidade”.

Que essa Quaresma e a Campanha da Fraternidade produzam os bons frutos a que estão destinadas. Assim, alcançaremos o que pedimos na Quarta-feira de Cinzas: celebrar de coração purificado o mistério pascal de Jesus Cristo.

Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)

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