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21 de novembro de 2024

Dom Marco Aurélio Gubiotti “Pela Graça de Deus” (1 Cor 15,10)
Nasceu no dia 21 de outubro de 1963, em OuroFino/MG, filho de Benedito Gubiotti e Natalina Gubiott.

Cursou filosofia no Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, e a teologia no Instituto Teológico SCJ, em Taubaté (SP).

Exerceu o ministério sagrado nas paróquias:
São Caetano em Brasópolis;
Santo Antônio em Jacutinga; Nossa Senhora Aparecida em Tocos do Moji;
São Sebastião em São Sebastião da Bela Vista e Nossa Senhora de Fátima em Santa Rita do Sapucaí.

Avós e idosos: “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15)

05 de julho de 2022 Palavra do Bispo

Neste mês celebramos o dia dedicado aos idosos e avós em todo o mundo por ocasião da proximidade da celebração de São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus Cristo.

Santa Ana é a mãe que ensina e educa, sentada numa cadeira, com o livro na mão, tendo Maria menina junto dela a ouvir atentamente os ensinamentos da mãe. O livro na mão lembra a Palavra de Deus e a tradição religiosa do povo de Israel; a outra mão aponta para o alto, indicando os caminhos que levam a Deus.

Da casa simples de Joaquim e Ana, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; nesta mesma casa, Maria cresceu, acompanhada pelo amor e pela fé de seus pais; aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé e o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé.

Na mensagem para o segundo Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a ser celebrado no dia 24 de julho, que tem como tema “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15), o Santo Padre, o Papa Francisco, dirige-se aos idosos para lembrar que quem está numa idade avançada tem uma importante missão: ser “artífices da revolução da ternura” e de “libertarmos o mundo da sombra da solidão e do demônio da guerra”. O Papa convida, além disso, a redescobrir essa fase como “dom duma vida longa”.

O Santo Padre também ressalta que o dom de uma vida longa é um dom para toda a sociedade. “Bendita a casa que guarda um ancião! Bendita a família que honra os seus avós!”, disse. O Papa Francisco lembra também que o testemunho dos idosos é importante e significativo, e convida-os a serem mestres dum modo de viver pacífico e atento aos mais frágeis. Esta missão começa na sua própria família, mas não termina nela, e inclui “juntamente com os nossos netos, muitos outros assustados que ainda não conhecemos e que talvez fujam da guerra ou sofram por causa dela”.

O Sumo Pontífice ainda convida os avós e idosos a continuarem a dar frutos e a viverem de forma particular a dimensão da oração. “O instrumento mais precioso e apropriado que temos para a nossa idade. Uma imploração confiante pode fazer muito: é capaz de acompanhar o grito de dor de quem sofre e pode contribuir para mudar os corações”.

Os avós são uma presença importante por carregarem o tesouro da experiência de vida. São longos anos que proporcionaram as mais variadas vivências e a administração das mais diferentes situações. Tudo isso não traz receitas prontas para o presente, mas possibilitou maturidade, sabedoria para quem as viveu. “Os idosos ajudam a perceber a continuidade das gerações, com o carisma de lançar uma ponte entre elas. Muitas vezes são os avós que asseguram a transmissão dos grandes valores aos seus netos, e muitas pessoas podem constatar que devem precisamente aos avós a sua iniciação à vida cristã”, ensina o Papa Francisco (Amoris Laetitia, 192).

Muitos avós, nisto incluímos também tantos que são idosos, que não são avós, empregam generosamente seu tempo e talentos para o serviço voluntário. Tantas comunidades são lideradas e cuidadas por pessoas idosas. Outras dedicam seu tempo ao serviço da caridade. Nem podemos esquecer o que acontece no âmbito familiar. Inúmeros avós cuidam dos netos, “transmitindo com simplicidade aos mais pequeninos a experiência de vida, os valores espirituais e culturais de uma comunidade e de um povo”, disse o Papa Francisco.

A presença dos avós junto aos netos educa para o cuidado com a vida e para mudanças que o corpo humano vai sofrendo com o passar dos anos. Este sinal é mais forte, quanto mais debilitados física ou psiquicamente forem os avós ou se algum deles já faleceu. Em nosso tempo, temos uma mistificação da força física e da aparência como sinônimo de qualidade de vida. São valores importantes, mas relativos. O declínio físico não se aplica as outras situações existenciais, pois os valores imateriais, como o valor da vida, do cultivo de grandes ideais, do crescimento cultural e espiritual, não conhecem limites de idade.

O tempo presente vive o encantamento pelo passageiro. A presença dos avós é uma recordação viva que o nosso tempo não é fruto do acaso e nem pode ser vivido pelo gosto da simples novidade. A nossa cultura necessita dar muitos passos para deixar-se enriquecer com a sabedoria dos avós e dos idosos.

Muitos idosos experimentam amor e acolhida, respeito e gratidão. Outros, a ingratidão, maus tratos e abandono. Seja como for, os tempos atuais mostra a necessidade da Pastoral da Pessoa Idosa em nossas Paróquias. Seus membros tem a missão visitar nossos idosos, quando possível integrá-los na vida social pela recreação e a oração e, sobretudo, colaborando para que tenham acesso à Comunhão Eucarística domiciliar e à Unção dos Enfermos. Que a estes não falte a assistência pastoral da nossa Igreja.

O Papa Francisco no ano de 2021 instituiu o “Dia Mundial dos Avós e dos Idosos”, a ser comemorado no quarto domingo de julho em todo o mundo. O Papa exorta a sociedade a valorizar os idosos como fonte de sabedoria e experiência e lamentou uma “cultura do descarte” que os coloca de lado por não serem mais produtivos. Perde-se a oportunidade de aproveitar da riqueza dos avós. Por nenhuma razão, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro, sobretudo quando dão testemunho da fé diante da proximidade da morte.

Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade. E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família.

Que os avós de Jesus nos ajudem a sermos autênticos discípulos-missionários de Jesus. Aos avós que já estão na glória do céu nos unimos em mementos de ação de graças pela gratidão do tesouro da fé que nos legaram.

Recebam meu abraço e minha bênção de pai e pastor e o desejo de um mês abençoado, repleto de realizações. Na oportunidade manifesto meu carinho e estima a todos os avós e idosos. Que a Virgem Maria os ajudem a alimentar sempre a fé e a esperança nas fontes da Palavra de Deus.

Que Deus abençoe e fortaleça nossos idosos e avós.

Itabira, 04 de julho de 2022.

Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1 Cor 15,10)

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