Queridos irmãos e irmãs, alegra e paz.
O mês de outubro é dedicado à reflexão, oração e compromisso com as missões. A Igreja é essencialmente missionária, como afirma Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN 14). Toda pessoa batizada traz, na força de seu batismo, o gérmen da missão, tem “alma missionária”, como a conhecida canção que canta o anelo de anunciar: “Leva-me aonde os homens necessitem tuas palavras; necessitem teu desejo de viver, onde falte a esperança, onde falte a alegria, simplesmente por não saber de Ti”.
Onde quer que esteja, cada pessoa pode “missionar”, saber-se enviada, para fazer discípulas e discípulos missionários. Pois além das fronteiras geográficas, em terras distantes, há muito próximas de nós, as periferias existenciais, realidades de pobreza e marginalização, com rostos concretos, histórias únicas, apelos urgentes, clamores que bradam aos céus.
Santa Terezinha, no silêncio do claustro carmelitano de Lisieux, sentiu-se impelida a participar com sua oração e seu ardente desejo do coração missionário da Igreja: “no coração da Igreja descobri minha vocação, o amor!”.
Nesse contexto, o Papa Francisco faz a todos nós o convite para caminharmos juntos numa maneira toda sinodal de a Igreja ser, na “comunhão, participação e missão”: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”.
Sinodalidade significa caminhar juntos, como leigos, pastores, consagrados, enfim, sem deixar ninguém pra trás. É a forma específica de viver e de trabalhar da Igreja Povo de Deus e a metodologia de discernimento da nossa Igreja, baseada no diálogo e na reflexão, à luz do Espírito Santo. Uma Igreja sinodal é dialógica; ela valoriza a escuta e o diálogo entre todos, porque considera que todo o povo de Deus é protagonista da missão evangelizadora.
Dessa maneira, a Igreja inteira se dispõe a renovar sua vocação missionária, buscando maneiras criativas para anunciar o Evangelho na época que nos toca viver.
Como gesto concreto do mês missionário, convido a todos a participarem nos dias 21 e 22 de outubro da coleta missionária nas celebrações em que participarem. Esta, como todos os anos, é destinada de forma integral para a missão da solidariedade e da compaixão. Oitenta por cento dos recursos são enviados à Congregação para Evangelização dos Povos que faz circular um fundo universal de solidariedade e vinte por cento restantes ficam no Brasil e mantém os trabalhos das Pontifícias Obras Missionárias (POM), compondo uma rede mundial de oração e caridade a serviço do Papa e da Missão da Igreja.
Juntos, vivamos a sinodalidade da Igreja com os corações ardentes e pés a caminho, como que uma Igreja em constante movimento de saída.
Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nossa Mãe, discípula do Senhor e padroeira diocesana, fiel missionária do Pai, nos auxilie em toda nossa vida e nos ensine a sermos sempre servidores do Evangelho.
02 de outubro de 2023
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)