Queridos irmãos e irmãs, alegria, paz, saúde e esperança.
Há mais de um ano fomos surpreendidos pela pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Algo que achávamos que seria de momento tem permanecido e se agravado a cada momento no Brasil e no mundo.
Desde o início, nossas igrejas intensificaram a evangelização pelos meios de comunicação social, principalmente nossas celebrações litúrgicas, fazendo com que os fiéis pudessem acompanhar e rezar – ainda que de forma online.
Vivendo o mistério pascal na realidade da pandemia, que ameaça nossas vidas, iremos celebrar a Semana Santa e celebrar o mistério pascal de Cristo Jesus. Somos chamados a celebrar a páscoa, passagem, no sentido: passagem da apreensão e insegurança, do sofrimento e até do temor da morte, para o alívio de dias melhores, de mais segurança na saúde, de celebração do recomeço da vida normal e, porque não dizer, da vida nova que deverá surgir a partir da experiência que estamos fazendo, pois temos muito a aprender.
A experiência de rezarmos em nossas igrejas domésticas nos levou a reafirmar que, quando nos reunimos no amor Deus, como família orante, professamos: “Ele está no meio de nós!”.
Em nossas Igrejas, mesmo de que portas fechadas, iremos celebrar a Semana Santa, em forma mais privativa, mas com profunda fé e espírito de comunhão, pois rezaremos com e por todos vocês. Povo de Deus.
A experiência atual nos coloca uma importante pergunta: Uma celebração assistida na TV ou pelas Redes Sociais tem o mesmo valor que a participação presencial num ato litúrgico na comunidade ou mesmo celebrações em nossas casas?
Creio que nossa resposta deve iniciar dizendo que todas as formas podem ser importantes e certamente têm seu valor; mas, ao mesmo tempo, não podemos afirmar que “tudo é a mesma coisa”. Há graus de participação que são diferentes e consequentemente também de valor.
No momento não podemos rezar de forma comunitária. É um tempo de exceção e por isso nos esforçamos para fazer bem aquilo que é possível, mesmo não sendo o normal ou o ideal para todos nós. O normal é celebrar com a comunidade. Por isso, quando a realidade sanitária nos permitir, estaremos de volta às nossas comunidades eclesiais, celebrando o mistério da nossa fé. É em comunidade que nos alimentamos com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia. É na comunidade que nos encontramos na “comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2, 42). É na comunidade que nos abastecemos para testemunhar Jesus Cristo em nossa vida, com ou sem pandemia.
Celebremos a Semana Santa com intensidade e muita fé. Embora separados fisicamente, mas não distantes pela nossa fé. A Igreja está fechada mas não estamos impedidos de rezar. Não podemos ir e estar na Igreja, mas minha casa é também a casa de Deus, lugar de oração e de comunhão com o Senhor. A Igreja não está vazia, mas está repleta de pessoas que creem em Deus e elevam a ele o coração em preces por dias melhores.
Na impossibilidade de abraçá-los pessoalmente, recebam meu carinho e minha bênção de pai e pastor.
Itabira, 25 de março de 2021
Pe. Ueliton Neves da Silva
Assessor Diocesano de Comunicação