CARTA DE ARMAS
Província Eclesiástica de Mariana – MG – Brasil
Escudo esquartelado: primeiro e quarto de argente com uma torre em ruínas de blau aberta e iluminada do campo; segundo e terceiro partidos de blau e gules com uma coroa de argente brocante.O escudo está pousado sobre uma cruz processional, posta em banda, e um báculo, posto em barra, ambos de ouro. Timbra o conjunto uma mitra de ouro de onde descem dois fitões dourados, forrados de gules e terminados em franjas de ouro. Sob o escudo, brocante às pontas da cruz e do báculo, um listel de argente forrado de gules com a legenda “DIOCESE DE ITABIRA – CEL. FABRICIANO” no centro, entre os numerais “14.06” à destra e “1965” à sinistra, em capitais de sable.
SIGNIFICADO
O brasão de armas da Diocese de Itabira – Coronel Fabriciano – erigida pela Bula “Haud Inani” do Bem-aventurado Papa Paulo VI em 14 de junho de 1965, carrega em si um simbolismo intimamente ligado à história e missão da Diocese instalada nos idos do Concílio Ecumênico do Vaticano II. O escudo esquartelado é inspirado nas primeiras representações gráficas da Cúria Diocesana. A duplicação de seus campos, esmaltes e peças, fazem uma referência ao segundo concílio sediado na Santa Sé – este de suma importância para a história da Diocese.
O primeiro e o quarto campos são de argente (prata) – metal que remete a inocência, felicidade, pureza, castidade, lisura, verdade e integridade. Neles, encontra-se uma Torre em Ruínas de blau (azul) – esmalte da espiritualidade que simboliza a justiça, formosura, doçura, fortaleza, serenidade, constância, dignidade, zelo, lealdade, e é a cor do manto da padroeira diocesana Nossa Senhora Aparecida, que em conjunto com a prata, são as cores heráldicas próprias da Virgem. A torre é um símbolo heráldico de grandeza e fortaleza, e em ruínas, representa a história da Diocese enquanto recorda o desabamento da Catedral quando da renúncia de seu primeiro bispo em 1970, como também remete implicitamente a uma Igreja que continua de pé e se reergue, mesmo com as dificuldades enfrentadas pela implantação do Concílio Vaticano II – cai uma Igreja para se erguer uma nova sob a inspiração do Espírito Santo. Não é símbolo de um edifício esquecido em ruínas, mas de um povo em constante reforma e conversão.
O segundo e o terceiro campos são partidos de azul e gules (vermelho) simboliza audácia, amor, valor, vitória, honra, intrepidez, caridade, paixão e martírio, e é a cor que nos remete a teologia da Igreja e centro de nossa fé: a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Esta cor recorda o fogo da caridade inflamada pelo Espírito Santo, bem como o valor e socorro aos necessitados. O vermelho em conjunto com a prata fazem referência ao minério de ferro – o aço é tesouro mineral da região de Itabira – forjado com o fogo, como é a fé inflamada pelo Espírito Santo. Sobre a partição, pousa uma Coroa de prata – remetendo também aos materiais ferrosos produzidos pela região – simbolizando Nossa Senhora. Descendente da linhagem de Davi, Maria é também Rainha pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As cores azul e vermelho simbolizam a humanidade e a divindade, e recordam que Maria é Rainha dos céus e da terra, dos homens e dos anjos.
O escudo é colocado sobre os símbolos episcopais (Cruz e Báculo – este último graficamente representado pelo pastoreio do primeiro bispo, Dom Marcos Antônio Noronha, e que é transmitido aos seus sucessores no governo diocesano), ambos de jalde (ouro) – metal que recorda a realeza, autoridade, divindade, virtude, respeito, premência, generosidade e ardor. Como timbre, a Mitra do mesmo metal, que completa as insígnias heráldicas de uma Diocese.
O listel carrega a divisa com o nome da Diocese e a data de sua ereção canônica.
Rafael Alves de Lima
Eduardo Henriques D’Castro
(Heraldistas)