Meus irmãos e minhas irmãs, graça e paz no Senhor.
O mês de julho nos apresenta um dos apóstolos de Jesus: Tiago Maior. Na relação que contém os nomes dos doze apóstolos, encontramos duas pessoas com este nome: Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, filho de Alfeu (cf. Mc 3, 17.18; Mt 10, 2-3), que são comumente distinguidos com os nomes de Tiago, o Maior, e Tiago, o Menor. São Tiago pertence, juntamente com Pedro e João, ao grupo dos três discípulos privilegiados que estiveram juntos com Jesus em momentos importantes da sua vida. Podemos aprender muitas coisas com São Tiago: a abertura para aceitar a chamada do Senhor quando nos pede que deixemos a barca das nossas seguranças humanas; o entusiasmo em segui-lo pelos caminhos que Ele nos indica além de qualquer presunção ilusória; a disponibilidade em testemunhá-lo com coragem, se for necessário, até ao sacrifício supremo da vida.
Também celebraremos, no dia 16 de julho, a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo. O escapulário, sinal de seguimento a Jesus e devoção mariana, representa o compromisso de seguir a Cristo como Maria o fez, ela que é modelo perfeito do seguimento Cristo. A Virgem Maria nos ensina a viver abertos a Deus e à sua vontade, a escutar a voz de Deus na Sagrada Escritura e na vida, pondo em prática as suas exigências. Ensina-nos a orar fielmente sentindo a presença de Deus em todos os acontecimentos, a viver próximos de nossos irmãos e ser solidários com eles em suas necessidades.
Instituído pelo Papa Francisco, no último domingo de julho, celebraremos a V Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos, cujo tema escolhido pelo Papa Francisco é “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (Eclo 14,2). Não há história de vida presente sem que se tenha como base o passado, a história vivida e guardada na memória e no coração. Viver é um constante cuidar e aprender. Num dia somos apoiados e guiados por mãos fortes e seguras que nos sustentam aos darmos os primeiros passos, noutros, mais adiante, apoiamos esses mesmos que passam a necessitar de apoio para nos locomovermos. Assim é o ciclo natural da vida, os ensinamentos passam de geração em geração e ficam gravados na memória e, mesmo quando ela, a memória, insiste em falhar, não podemos afirmar que os sentimentos não estejam lá, guardados e presentes no coração daqueles que nos precederam.
Ao celebrarmos o Dia dos Avós e dos Idosos, faz-nos refletir que a nossa fé e nossos costumes cristãos são essencialmente transmitidos de geração em geração, pois é no seio familiar que aprendemos as primeiras orações e a vivência cristã, ainda mais hoje quando vemos crescer o número de avós e avôs que auxiliam nos cuidados diários da criação e educação dos netos para que os pais possam trabalhar para prover o sustento de suas famílias e tantas outras situações em que os avós assumem a guarda dos netos na ausência dos pais e os educam, sendo os responsáveis legais por eles. Assim, de geração em geração são transmitidos os valores e conceitos morais e cristãos aos mais novos.
O testemunho de fé, perseverança, espiritualidade dos nossos idosos e avós, guardiões dos valores, refletem na vida da juventude, das crianças e dos netos. Os avós são revestidos de graça e bênção com um papel fundamental de conservação e valorização da família e da vida no mundo. De forma alguma deverão ser um peso ou incômodo para nossas famílias e sociedade, mas a essência do testemunho de vida digna.
A velhice é o tempo de recapitular a existência e reuni-la sob o olhar da misericórdia. Por isso é o tempo do perdão. E quando a doença bate à porta, é momento de intensificar a vida espiritual, unindo-se ao sofrimento de Cristo na cruz, em benefício de toda a humanidade. Continuam, portanto, a exercer uma grande missão. Parabéns a todos os avós. Deus os abençoe.
Bendizemos a Deus todas as iniciativas pastorais e comunitárias que valorizam os idosos no cuidado de sua saúde física, psíquica e espiritual.
Que São Joaquim e Santa Ana intercedam a Deus por todos os vovôs, vovós e idosos.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira – Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)