O ano litúrgico encerra com a festa do Cristo Rei do Universo, sendo Ele também o nosso Rei. Jesus foi o Rei dos reis, porque ele deu a sua vida pela salvação de toda a humanidade, e pela sua ressurreição ele nos levou até a eternidade. O seu reinado teve como trono, a cruz, como prova máxima do amor de Deus para a humanidade. Toda a liturgia celebra o mistério pascal de Cristo, de sua paixão, morte e ressurreição. Vivenciamos esta festa importante na vida da Igreja, de nosso seguimento a Jesus Cristo, de discípulos, discípulas, missionários, missionárias no mundo de hoje.
Neste dia celebraremos também o dia nacional dos leigos e das leigas, pessoas batizadas que vivem os seus compromissos na família, na comunidade e na sociedade. É a nossa oração por todos os leigos que, entre família e afazeres, dedicam-se aos trabalhos pastorais e também missionários. Os leigos atuam como colaboradores na catequese, na liturgia, nos ministérios de música, nas obras de caridade e nas diversas pastorais, movimentos e serviços existentes. Os leigos estão no coração do mundo e têm um papel chave para transformar a sociedade. Por isso os leigos são chamados a colaborar no governo paroquial e diocesano, participando de conselhos pastorais e econômicos. Apesar desses serviços que desempenham na comunidade eclesial, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua missão dentro das realidades nas quais se encontram no dia-a-dia. Na família, no trabalho, na escola, no mundo da política e da cultura, nos movimentos populares e sindicais, nos meios de comunicação, são chamados a testemunharem, pela palavra e pela vida, a mensagem de Jesus Cristo. Nessas realidades, são chamados a desempenharem sua missão, necessária e insubstituível.
Por isso o papel do leigo, além da participação na comunidade eclesial, sua grande missão é ser fermento nesses campos de vida e de atuação, ser “sal da terra e luz do mundo”. Nesses ambientes deve se empenhar para a construção efetiva do Reino de Deus, “um reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”, como rezamos no prefácio da missa da festa de Cristo Rei.
O Reino de Cristo cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em prol dos irmãos, onde há o respeito pelos outros, onde se luta pela justiça e pela libertação. E tudo isso acontece de modo especial através da atuação dos cristãos leigos. Quando os leigos assumem de fato sua missão específica, podemos sonhar com uma nova ordem social.
Ser leigo atuante é ter consciência do chamado de Deus a participar ativamente da Igreja e do Reino contribuindo para a caminhada e o crescimento das comunidades rumo a Pátria Celeste. Assumir esta vocação é doar-se pelo Evangelho e estar junto a Cristo em sua missão de salvação e redenção.
O Concílio Vaticano II afirmou a vocação universal à santidade, para todo o povo de Deus, que advém de Cristo, fonte de toda santidade. Se nem todos são chamados a assumirem os mesmos caminhos, ministérios e trabalhos, no entanto, todos são chamados à santidade (cfr. LG n.32, 39-40).
Agradecemos e rezamos por todos os leigos e leigas de nossas comunidades eclesiais e paróquias e pedimos a benção sobre todos eles e elas, para que continuem firmes na caminhada de fé, de esperança e de caridade, testemunhando o mandamento da lei de Deus, no amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)