Queridos irmãos e irmãs, nossa Igreja celebra neste mês de outubro o mês das missões. “Jesus Cristo é missão”, enviado do Pai como o grande missionário para anunciar a vida, a paz e o amor. Ele não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo ( Jo 3,17). Este é o tema que norteia o mês missionário em nossa igreja no Brasil nas Dioceses e nas comunidades eclesiais missionárias. A missão a essência da Igreja e Cristo nos quer todos missionários, em busca da salvação de todos.
Nós fomos chamados para a missão desde o nosso Batismo, quando fomos marcados pelo Espírito Santo que é o protagonista da missão. E fomos chamados a ser sal na terra e luz no mundo, ou seja, a nossa vida deve dar sabor às pessoas, a nossa fé deve ser alimentada sempre e devemos ser luz para quem encontrarmos, levando sobretudo a Palavra de Deus para os desanimados e tristes.
A igreja, Povo de Deus, continua a missão de Jesus no mundo de hoje. É própria da Igreja a evangelização, o anúncio da Palavra de Deus, de Cristo, para os homens e as mulheres de nosso tempo, acompanhada também com os sacramentos, sobretudo da Eucaristia. Os últimos papas, de forma especial São Paulo VI e o Papa Francisco realçaram muito a missão da Igreja de ir para o mundo, sobretudo nas periferias existenciais, obedecendo ao mandato do Senhor de fazer as pessoas discípulas e discípulas de Jesus Cristo e de sua Igreja. É preciso sentir o cheiro das ovelhas e dar a vida pelo Senhor na obra da evangelização.
Como gesto concreto do mês missionário, convido a todos a participarem nos dias 23 e 24 de outubro da coleta missionária nas celebrações em que participarem. Esta, como todos os anos, é destinada de forma integral para a missão da solidariedade e da compaixão. Oitenta por cento dos recursos são enviados à Congregação para Evangelização dos Povos que faz circular um fundo universal de solidariedade e vinte por cento restantes ficam no Brasil e mantém os trabalhos das Pontifícias Obras Missionárias, compondo uma rede mundial de oração e caridade a serviço do Papa e da Missão da Igreja.
Meus irmãos e minhas irmãs, nossa Igreja faz uma bonita caminhada de escuta, reflexão e busca de nossos caminhos através de um processo sinodal convocados pelo Papa Francisco. Nossa igreja diocesana se encontra envolvida e comprometida com o dinamismo sinodal, na esperança que nossos horizontes poderão ser alcançados pela participação e comunhão de todos.
A sinodalidade é inerente à graça do Batismo, mediante o qual todos nós fomos introduzidos na comunhão da Trindade. Isso é possível pela ação do Espírito Santo que anima a Igreja, a partir de dentro, e distribui dons e carismas a todos para a realização da missão e a edificação do Corpo de Cristo.
Sinodalidade significa caminhar juntos, como leigos, pastores, consagrados, enfim, sem deixar ninguém pra trás. É a forma específica de viver e de trabalhar da Igreja Povo de Deus e a metodologia de discernimento da nossa Igreja, baseada no diálogo e na reflexão, à luz do Espírito Santo. Uma Igreja sinodal é dialógica; ela valoriza a escuta e o diálogo entre todos, porque considera que todo o povo de Deus é protagonista da missão evangelizadora.
Nossa Igreja Particular neste mês louva a Deus pela sua caminhada missionária e evangelizadora ao celebrar, in memórian, o centenário de nascimento de seu segundo pastor, Dom Mário Teixeira Gurgel, SDS, que exerceu seu ministério por 25 anos junto a esta parcela do Povo de Deus. Celebrar sua memória nos leva a celebrar nossa história.
Que Maria, nossa Mãe e discípula do Senhor, fiel missionária do Pai, nos auxilie em toda nossa vida e nos ensine a sermos sempre servidores do Evangelho.
06 de outubro de 2021
Dom Marco Aurélio Gubiotti
Bispo Diocesano de Itabira-Coronel Fabriciano
“Pela Graça de Deus” (1Cor 15,10)